Em relato, ex-diretor da Petrobras
afirmou que 12 senadores, 49 deputados federais e um governador receberam
dinheiro desviado da estatal
por Redação — publicado 06/09/2014
06:2
do Costa, os
políticos ficavam com 3% do valor dos contratos da Petrobras
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa afirmou que 12 senadores, 49 deputados federais e ao menos um governador
receberam dinheiro desviado da estatal.
De acordo com investigações da Operação Lava Jato, os políticos ficavam
com 3% do valor dos contratos da Petrobras no período em que Costa foi diretor
da estatal, entre os anos de 2004 e 2012.
O relato feito por Costa, que decidiu colaborar com as autoridades em
agosto, a procuradores e policiais, aponta o envolvimento de políticos de três
partidos: PT, PMDB e PP. O ex-diretor foi indicado ao cargo pelo PP, ganhando
mais tarde o respaldo do PT e do PMDB.
Segundo o jornal Folha de
S.Paulo, o depoimento de Costa, que foi preso em março pela Polícia
Federal, chegou ao Supremo Tribunal Federal no início da semana. O ministro
Teori Zavascki deve homologar o acordo de delação premiada feito pelo executivo
com os procuradores. Os políticos citados no relato do executivo devem ser
investigados apenas com aval e autorização do STF, onde parlamentares têm foro
privilegiado.
O ex-diretor fez um acordo de delação premiada no último dia 22, após a
PF fazer buscas em empresas de suas filhas e de um amigo. Em uma delas foram
encontrados indícios de que Costa tem mais contas no exterior do que as
descobertas anteriormente na Suíça. Autoridades suíças enviaram em junho ao
Brasil documentos que mostram que Costa e seus familiares tinham 23 milhões de
dólares (52 milhões de reais) em contas secretas.
A descoberta levou o juiz federal Sergio Moro a decretar a prisão de
Costa pela segunda vez no dia 11 de junho. O executivo havia sido preso pela
primeira vez em 20 de março, sob acusação de destruir documentos, mas acabou
libertado por decisão do STF.
O ex-diretor da Petrobras é acusado de dirigir um esquema de corrupção
que teria desviado recursos da Petrobras em parceria com o doleiro Alberto
Youssef, que está preso em Curitiba.
Extraído da Carta
Capital
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