Meus parentes mundo afora estão preocupados com a minha sobrevivência aqui, ligam pra mim dizendo que têm um lugar apropriado pra eu ficar só escrevendo e lendo e fazendo alguma coisa tipo ir num banco levando um dinheiro pra ser atendido como idoso ou estacionar numa vaga de idoso pra entrar num shopping pra tomar sorvete com as crianças... eu fico rindo desse tipo de situação porque isso não é exatamento o que eu quero fazer nos poucos anos de vida que ainda me restam e digo pra eles que, por exemplo, dinheiro não é problema pra mim, porque eu consigo comprar fiado até na mulher que vende banana na feira (ô povim corajoso, tudo bem...), mototaxi nem se fala, enfim, saio daqui de casa com umas moedinhas no bolso, pego aqui essa rua que sai da praça até chegar no mercado e falo com umas dez pessoas, paro pra comentar as últimas fofocas e brigas da política local com o paulim vasconcelos, decreto fim do lula e do pt com o neto da farmácia, a prisão do zédirceu com o roberto rabelo, chego lá e como cuscuz com leite e tomo café com bolo frito feito ali na hora por uma criatura simpaticíssima (tenho que tirar uma foto dela pra mostrar aqui...), Da. Mazé, sobra ainda o do mingau maranhense, na volta falo com mais umas dez pessoas, a maioria que eu nem conheço... e eu fico me perguntando, onde é que eu já vivi isso, meu Santo Antonio? Como é que esse meu pessoal vai conseguir me tirar daqui pra esses paraísos de vida onde eles vivem por aí...? Ontem mesmo eu peguei 50 com um amigo ali e lá na frente encontrei um outro que a namorada ligou dizendo que faz dias que não namoram, eu dou os 50 pro cara ir namorar e vou pra casa esperar o troco, o cara só aparece aqui de manhã dizendo que teve se livrar duma confusão com outra mulher...eu digo pra ele, meu amigo, matou a fome de amor com sua namorada? ele diz que sim, a confusão com a outra foi depois do namoro...eu digo então vamos comemorar que você não conseguiu matar ninguém nem morrer por causa de mulher, isso é raro hoje em dia, graças a Deus...E eu volto a me perguntar onde é que por uns poucos reais eu viveria as emoções que eu vivo aqui? Os irmãos estão ameaçando vir para os festejos pra tentar me levar daqui...que é que vocês acham? É mais fácil eu convencer eles de ficarem por aqui ou virem aqui com mais frequência, o meu irmão mais velho, que mora em Olinda Pe, tem mais de 40 anos que não vem na cidade...enfim...eu me pergunto: isso é lá vida?
Zan Rapaz quando a idade chega é foda
ResponderExcluirEu fiquei com mêdo agora de não querer voltar mais para o Rio de Janeiro depois de minha provável visita em junho...realmente a emoção aqui pelas bandas do Rio de janeiro é voltar para casa vivo, sem ser atingido por uma bala perdida, um assalto,etc...valorizem esta terra maravilhosa...
ResponderExcluirIsaac Duarte(O irmão mais bonito), mas também para ser mais bonito que o ZAN não precisa fazer esforço...
O Isaac é o meu irmão mais novo e eu tenho que aturar as frescuras deles...adora me chamar de velho e feio...só pode ser inveja, também...rs rs rs ...
ResponderExcluirAcho que nem reconheceria mais o Marco: 40 anos que o "Zorro" não anda por estas campinas, é tempo demais. Suponho que a última vez foi quando ele e a família (de pernambucanos... e eleitores do Eduardo Campos) estiveram ali no Lourival Parente, para um almoço esmerado pela Diza. O Isaac, também, já lá vão muitos anos. A Oscarina, aí nem falo.
ResponderExcluirAcho que, com tanta mordomia, deveria aceitar o convite deles, sim. Apesar de nos fazer muita falta.
ResponderExcluirPra ser sincero, eu prefiro viver aqui precariamente do que onde esse pessoal aí mora, não por eles, claro, mas porque eu não consigo me ver morando num lugar maior do do que Campo Maior...Teresina já me dá nos nervos, imagina Rio, Recife, Brasília...
ResponderExcluirO pior do que quando a idade chega é não chegar à idade. Para o jovem, e quem já passou por esta fase da vida, entende o por quê da minha colocação, a morte não existe. E a indesejada das gentes está alí, oa lado do jovem, mais viva do que nunca. E o jovem, com esta idéia impreganada no subconsciente, na primeira oportunidade que bobear, como se diz no popular, a danada o leva. E aí a "idade" não chega. Também quem não quiser envelhecer que morra jovem. E como diz o Arnaldo Antunes, compositor e cantor, ex-Titãs, na canção Envelhecer, que a coisa mais moderna que existe é envelhecer, os cabelos vão caindo pra cabeça aparecer... Eu quero envelhecer pra ver como é que é... E eu também!
ResponderExcluirEnvelhecer querendo ser criança sem ser infantil é maravilhoso...eu aqui tento viver assim e só não vivo melhor porque sou uma pessoa ainda retraída e medrosa do mundo e de suas maldades...o mais eu tiro de letra...
ResponderExcluirFique aí mesmo em Campo Maior, cidade grande já deu, problemas temos nos quatros cantos dos Brasis, pelo menos em CM você conhece as quatro linhas da cidade e fácil convivência com a população. Ainda sonho um dia de ir para Campo Maior ou Maranhão de mala e cuia.
ResponderExcluirhlima/sp
Amei sua crônica Zeferino! Campo Maior é uma cidade ímpar, exatamente por suas peculiaridades. Estou morrendo de inveja (boa da sua vida aí na minha amada, majestosa, bela e altaneira Campo Maior. Quanta saudade sinto te ti amada, minha amada Campo Maior!
ResponderExcluirDiga ao povo que FICA.
ResponderExcluirGrande ZAN, parabenizo-o pela determinação de viver em Campo Maior, no tempo que ainda lhe resta nessa sua passagem por este planeta. Fico triste, quando não lhe propiciam as condições necessárias para ajudar a fortalecer e divulgar a cultura em nossa cidade. Resista, já que é da sua vontade, resista, pois resistir e lutar pelo bem, é uma das missões que temos que cumprir nessa vida. Se o Pai Celestial permitir, dentre de poucos anos, mais precisamente, cinco, estarei de volta à nossa amada Campo Maior, para também, viver aí os últimos anos desta minha encarnação, e serei mais um velhinho a perambular pelas ruas dessa nossa querida cidade. Um grande abraço.
ResponderExcluirObrigado Ricardim, pelo apoio e o incentivo... espero ainda estar vivo para me juntar com você por essas caminhadas rua abaixo rua acima pela velhas vielas e becos da cidade a busca de algo que eu não sei bem o que é mas sinto que deve ser o encontro comigo mesmo amando essa cidade como você também ama...que Deus nos dê essa oportunidade de um dia fazermos isso junto...amo demais esta cidade mas sinto falta de mais amigos como você junto de mim...
ResponderExcluirAmei sua crônica Zeferino! Campo Maior é uma cidade ímpar, exatamente por suas peculiaridades. Estou morrendo de inveja (boa da sua vida aí na minha amada, majestosa, bela e altaneira Campo Maior. Quanta saudade sinto te ti amada, minha amada Campo Maior!
ResponderExcluirAngu de caroço, Zan! Que 2014 traga muitas alegrias!
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