Francisco Pereira da Silva (1930-1985) foi sempre
considerado por crítica, por diretores, atores e gente de teatro, um dos grandes
dramaturgos brasileiros, sem que fosse grande sucesso de público. Agora está
havendo uma mudança dos ventos.
O autor está sendo o grande
homenageado do 10º Salão Piauiense do livro, de 10 a 17 de junho, em Teresina
(realizado no histórico Teatro 4 de Setembro e em praças públicas, o salão tem
uma média de 20.000 visitantes por dia), tendo este ano sido declarado o “Ano Francisco
Pereira da Silva”.
Dia 27 de junho, a grande atriz
Regina Duarte estreará, como atriz e, pela primeira vez, como diretora, a peça
“Raimunda”, do Francisco, no CCBB-Rio.
A Funarte editou o Teatro
Completo de Francisco Pereira. Organizado por Virgilio Costa, o livro, em 3
vols., tem 32 peças (mais de 15 inéditas); levou 22 anos para ser editado
(Virgilio foi convidado a editá-lo em 1988, por Carlos Miranda). Num belo
prefácio, Bárbara Heliodora diz que Francisco é dos maiores dramaturgos que o
país já teve.
Finalmente, a Assembléia do Piauí
criou um “Memorial Francisco Pereira da Silva”, que terá como obrigação preservar
e divulgar a obra e a memória do autor, bem como incentivar o surgimento de
novos talentos.
O mais surpreendente é que a
mudança dos ventos é espontânea, promovida por diversos setores da sociedade do
Piauí. O estado mais pobre do país escolhe um escritor e dramaturgo para
representar sua identidade cultural. Não deixa de ser um tapa de luva de pelica
em outros estados, muitos mais ricos, que não dão o devido valor ao livro, à
leitura e às artes.
Material enviado pelo Virgílio Costa
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