sexta-feira, 15 de junho de 2012

A VOLTA DE FRANCISCO PEREIRA DA SILVA




Francisco Pereira da Silva (1930-1985) foi sempre considerado por crítica, por diretores, atores e gente de teatro, um dos grandes dramaturgos brasileiros, sem que fosse grande sucesso de público. Agora está havendo uma mudança dos ventos.
                O autor está sendo o grande homenageado do 10º Salão Piauiense do livro, de 10 a 17 de junho, em Teresina (realizado no histórico Teatro 4 de Setembro e em praças públicas, o salão tem uma média de 20.000 visitantes por dia), tendo este ano sido declarado o “Ano Francisco Pereira da Silva”.
                Dia 27 de junho, a grande atriz Regina Duarte estreará, como atriz e, pela primeira vez, como diretora, a peça “Raimunda”, do Francisco, no CCBB-Rio.
                A Funarte editou o Teatro Completo de Francisco Pereira. Organizado por Virgilio Costa, o livro, em 3 vols., tem 32 peças (mais de 15 inéditas); levou 22 anos para ser editado (Virgilio foi convidado a editá-lo em 1988, por Carlos Miranda). Num belo prefácio, Bárbara Heliodora diz que Francisco é dos maiores dramaturgos que o país já teve.
                Finalmente, a Assembléia do Piauí criou um “Memorial Francisco Pereira da Silva”, que terá como obrigação preservar e divulgar a obra e a memória do autor, bem como incentivar o surgimento de novos talentos.
                O mais surpreendente é que a mudança dos ventos é espontânea, promovida por diversos setores da sociedade do Piauí. O estado mais pobre do país escolhe um escritor e dramaturgo para representar sua identidade cultural. Não deixa de ser um tapa de luva de pelica em outros estados, muitos mais ricos, que não dão o devido valor ao livro, à leitura e às artes.

Material enviado pelo Virgílio Costa

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