sexta-feira, 16 de março de 2012

Conheça a carreira de jogador de Marin, o presidente da CBF

Marin, o primeiro agachado da esquerda para a direita, em time do São Paulo de 1950
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO


"Faz mais ou menos um ano que levei na federação paulista [de futebol] uns recortes de jornais e mostrei para todos os amigos do Marin que um dia ele foi mesmo ponta direita do São Paulo".
O depoimento dado por Ovídio Pereira da Silva, 73, conselheiro do clube do Morumbi, mostra bem como a passagem pelos gramados do novo presidente da CBF quase se perdeu pelo tempo.
A memória de Ovídio e de um ou outro idoso que na juventude acompanhava até os aspirantes da equipe tricolor, aliada a raras menções em publicações da época, são os únicos registros da curta carreira de jogador profissional de José Maria Marin, 79.

O dirigente teve contrato com o São Paulo entre 1949 e 1954. Passou a maior parte do tempo nos aspirantes (espécie de time B, popular na época) ou emprestado para clubes menores --São Bento de Marília e Jabaquara.
"Lá eu tive como companheiros de time Álvaro e Ramiro [jogadores de destaque do Jabaquara à época]", afirmou Marin à Folha. Pelo time principal do São Paulo, praticamente só esteve em amistosos.
Foram 21, com cinco gols. Jogos oficiais, só dois: contra XV de Piracicaba, pelo Paulista de 1950, quando anotou seu único gol competitivo, e Portuguesa, no Rio-São Paulo de 1951.
"O Marin não foi um fenômeno. E quando você é um jogador bom, não excepcional, depende dos seus concorrentes para jogar", adiciona Paulo Planet Buarque, 85, ex-comentarista de rádio. Jornais da época também mostram que o cartola fez bem em trocar a ponta direita pela carreira de advogado, que o levou a ser governador.
Relato da vitória por 3 a 0 do time tricolor em amistoso contra a Portuguesa, publicado pelo "O Esporte", em 24 de abril de 1950, diz que "só esporadicamente é que lhe davam a bola" e que Marin, nas raras vezes em que era acionado, "era detido por Nino".
Marin lembra bem daquela época. "Sou muito grato ao [técnico] Vicente Feola, que me dava flexibilidade nos meus horários para que eu pudesse ir à faculdade". Marin demonstra orgulho da carreira como esportista.
Ao contrário de Ricardo Teixeira, acusado por opositores de não gostar de futebol, Marin é cria da modalidade. Além de jogador profissional, jogou futsal e presidiu a FPF.
"Também fui capitão da seleção universitária [na USP]. Minha família, desde meu pai, sempre teve intimidade com o esporte. Ele foi o boxeador Jack Marin, amigo da família Zumbano [tradicional clã de boxe]", afirmou.

Extraído da Folha de São Paulo

5 comentários:

  1. Posso estar enganado, mas o centroavante do time aí é Leonidas da Silva, o meia-esquerda Jair da Rosa Pinto e o ponta esquerda, Teixeirinha.O goleiro é José Poy.

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  2. Álvaro e Ramiro jogaram no Santos quando o time da vila tinha como astros principais Pagão e Vasconcelos (encerrou a carreira no Nautico do Recife em 1960, eu tava lá...), e sairam do Santos para jogar no Atlético de Madrid, Álvaro, meio de cmapo e Ramiro, quarto zagueiro...Alfredo, ao lado de Poy, foi reserva da seleção brasileira de 1954, quem viu jogar diz que batia até na sombra...

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  3. João de Deus "Netto"17 de março de 2012 às 07:48

    Não li direito por causa da tipologia, mas tá aí também, que recentemente, final da Copa S. Paulo de Juniores, o Marin AFANOU, surrupiou, botou no bolso a medalha do garoto goleiro do Coríthians, campeão do torneio? Ele foi fotografado! Na posse ele desconversou dizendo que "isso é ridículo! Sou o homem ilibado e com trabalhos prestados ao Brasil..." OS PRIVATAS TAMBÉM TÊM DESSERVIÇOS PRESTADOS AO BRASIL. Do jeito deles.

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  4. Os goleiros da Seleção de 1954 (Copa do Mundo) não eram Castilho e Veludo, ambos do Fluminense, ZAN? Por incrível que nos pareça, raridade, titular e reserva de um mesmo clube. Ah, bons tempos do futebol do Brasil!

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  5. ZéMiranda,quem foi reserva do Brandãozinho na Copa de 54, foi o Alfredo. Poy era argetino...Realmente, os dois goleiros do Fluminense, bem como o treinador da seleção,eram Castilho e Veludo. Esse teve a carreira prejudicada porque gostava de beber água que passarinho não bebe e andou papando uns frangos num Fla-Flu...

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