Por Jesus Rodrigues
O posicionamento de Wellington Dias quanto à disputa para a Prefeitura de Teresina gerou vários comentários e, principalmente, julgamentos. Ainda no ano passado, ele afirmou que não seria candidato a Prefeito, que defenderia candidatura própria, entre elas a de sua esposa, Dep. Rejane Dias. Depois de muito debate, já agora no finalzinho, apresentou seu próprio nome e logo em seguida retirou novamente. Alguns resgataram a sucessão de 2010 quando ele anunciou que falou com Deus, que concluiria o segundo mandato e, dias depois, deixou o governo para ser candidato ao Senado.
Embora nesse processo de sucessão tenha feito críticas a Wellington Dias e seu grupo, nesse caso quero fazer uma defesa e gostaria de apresentar algumas considerações sobre o sentimento de indecisão. Ora, quem nunca ficou indeciso que atire a primeira pedra. Às vezes vacilamos diante da compra de uma simples peça de roupa. Na compra de um carro então, segundo pesquisas, é a compra mais trabalhosa, debatida muitas vezes com a família toda. Faz parte do viver tomar decisões. Ter dúvida ou insegurança entre uma opção e outra "faz parte". Cobramos de um homem público que ele seja absolutamente decidido, sem conhecer os caminhos até o ponto final.
Nesse nível de tomar decisões políticas, vários fatores são levados em consideração. O grande público muitas vezes não chega a conhecer todos. São decisões que não dependem diretamente do próprio tomador, dependem de outras pessoas do Partido, de outras pessoas de outros Partidos, de fatos que acontecem independente da vontade das pessoas, mas que mudam "fortemente" o cenário político. São muitos protagonistas envolvidos, interagindo entre si no decorrer do tempo para tomada final da decisão.No caso de Teresina, por exemplo, Wellington Dias apresentou sua disposição primeiro para os mais próximos. Alguns apoiaram, outros nem tanto. Depois percorreu outros grupos. Devo destacar entre eles o papel do Grupo Movimento PT, liderado pela Dep. Flora, que aceitou a proposta de uma candidatura própria. Porém, entre os que defendiam a aliança, a Democracia Socialista e a Articulação de Esquerda não aceitaram a candidatura própria, inclusive poderiam indicar o vice, mas preferiram dar seguimento à sua tese inicial de indicar o vice do PTB e não do PT.Quero com esse artigo dizer que Wellington Dias cumpriu seu papel na sucessão de Teresina. A princípio não queria ser candidato, é um direito seu. Apresentou-se a tempo de apaziguar o PT e parte de sua antiga base aliada, mas o ponto final da questão não lhe pertencia. Valeu Wellington!
JESUS RODRIGUES
dep. federal (PT/PI)
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