E a festa é de quem mesmo?

É de todo mundo, do povo, do santo, dos bichos... Campo Maior já foi um lugar onde até pra se enterrar tinha o espaço do rico e do pobre separados por um muro, clube de primeira (Campo Maior Clube) e de segunda (Gremio Recreativo), praça de primeira (Rui Barbosa) e de segunda (Do Relógio, hoje da prefeitura...) Na Bona Primo, ali atrás da rodinha da barraca do leilão, ficam os ricos e seus restaurantes caros, ao redor, os menos ricos, a gente vê, eu vejo, melhor dizendo, eu que não sou rico nem pobre, já fui nem sei mesmo se rico ou mais ou menos rico ou pobre, mas reconheço que só reconheço mesmo quase que a burguesia de onde eu vim, não dá pra querer enganar... Saindo da Bona Primo, pelo Espaço Cultural onde já foi o prédio antigo da prefeitura que derrubaram, o povão toma conta da praça do Rosário, nas barracas onde o que se bebe é mesmo cachaça e se come é mesmo tripa de porco, se brinca nos brinquedos dos parquinhos e se joga e pratica tiro ao alvo, como a gente fazia nos velhos tempos... Hoje tenho que fotografar esse povo e mostrar como é que funciona tudo ali... É um pedaço meio que esquecido da festa, ali onde os menos ricos ou quase pobres se divertem...