segunda-feira, 18 de junho de 2012

A aparente contradição de não se recusar aliança com corruptos...


O PT como partido se firmou defendendo a ideia de que jamais faria alianças com corruptos ou torturadores. Isso foi antes da terceira derrota de Lula à presidência da República, em 1998. Depois disso Lula reuniu a direção nacional do partido e foi  claro quando disse que não se candidataria mais à presidência sem que fosse revista a política de alianças do partido. O partido fez isso e encarregou o ex-deputado José Dirceu de articular a aliança que propiciou a primeira vitória dele na eleição presidencial de 2002. A aliança que o PT fez com os partidos que integrariam daí por diante a chamada base de sustentação dos governos  Lula e Dilma. Os problemas começaram em 2005, com o chamado Escândalo do Mensalão, que hoje está no Supremo para ser julgado antes das eleições de outubro. Dessa crise o partido saiu seriamente arranhado em sua imagem e gente como o ex-todo-poderoso chefe da Casa Civil de Lula e presidente do partido, José Dirceu, foi linchado publicamente pela mídia e teve seu mandato de deputado federal cassado e perdeu os direitos políticos por oito anos. Outras figuras menores dentro do partido como Delúbio Soares também foram linchados pela mídia e hoje quase nem se fala mais neles. Em face de tudo isso, fica a pergunta: valeu a pena  essa política de alianças para disputar eleição e governar? A resposta é simples: não se trata de dizer se se pode ou não se pode ou deve fazer alianças com corruptos. O buraco é um pouco mais embaixo e passa por uma coisa que a nossa grande mídia não dá destaque por pura desonestidade mesmo... Os governos do PT nunca foram coniventes com atos de corrupção praticados por seus membros ou por membros de partidos com quem fizeram ou fazem aliança para disputar eleição ou governar... É muito fácil apontar Paulo Maluf como exemplo de político corrupto; agora, dizer até onde os governos do PT fizeram alguma coisa para aliviar ou ser cúmplice de ações de corrupção de Maluf ou outro “notório” corrupto, isso não interessa à grande mídia mostrar, por uma razão muito simples: a nossa grande e amada mídia tem seus ladrões a quem interessa não expor publicamente como tal (já os ladrões dos outros, pau neles...)...  A mesma coisa acontece com  José Sarney e seus aliados como o ministro Edson Lobão. Não me lembro de qualquer denúncia de corrupção neste ministério desde que esse ministro substitui Dilma Russeff quando ela foi pra Casa Civil substituir José Dirceu... Aí chego onde quero chegar: a questão não é aceitar ou não aceitar alianças com corruptos, a questão é não deixar que esse corrupto com quem se aliou, cometa atos de corrupção sem que seja punido por isso, com ou sem a ajuda de petistas... Simpleszinho assim...
Sendo um pouco mais claro ainda: se a aliança com corrupto significa que vc. vai estar subordinado a ele, aí é uma situação em que fica mais difícil se livrar da suspeita de que não se seja corrupto tanto quanto seu aliado a quem é subordinado... Quando se trata de aliança em que seu aliado é subordinado a você, você tem mais condições de ter controle sobre o "bandido", se assim o quiser... Exemplozinho mais esclarecedor: um notório corrupto local chega pra mim e diz assim:"Zan, passa pro lado de cá que eu te arranjo um carro, uma casa, uma mulher nova pra tu matar tua solidão com ela..." Por mais tentador que isso seja, eu não aceito... Já pra continuar do lado dos não corruptos, eu só quero que me dêem condições de voltar a fazer teatro, só isso... Fui claro, ou alguém aí ainda tem dúvida...?
Erundina preferiu se preservar individualmente... foi uma escolha movida por isso, basicamente...

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